Para Marcuschi (2005:08), a linguagem é uma das faculdades cognitivas mais flexíveis e plásticas adaptáveis às mudanças comportamentais e a responsável pela disseminação das constantes transformações sociais, políticas, culturais geradas pela criatividade do ser humano. Para este linguista as inúmeras modificações nas formas e possibilidades de utilização da linguagem em geral e da língua, em particular, são reflexos incontestáveis das mudanças tecnológicas emergentes no mundo e, de modo particularmente acelerado nos últimos 30 anos, quando os equipamentos informáticos e as novas tecnologias de comunicação começaram a fazer parte de forma mais intensa da vida das pessoas e do cotidiano das instituições. O hipertexto se encaixa como um dos exemplos mais significativos das palavras de Marcuschi uma vez que surge em meio às mudanças de transformações por quais temos passado.
O hipertexto como assegura Xavier (2005:171), é uma tecnologia de linguagem cujo espaço de apreensão de sentido não é apenas composto por palavras, mas junto com elas, encontramos sons, gráficos, e diagramas, todos lançados sobre uma mesma superfície perceptual... Para este linguista, com o hipertexto, ler o mundo tornou-se virtualmente possível. Segundo Xavier (2005:172) o hipertexto exige de seu usuário muito mais que mera decodificação de palavras que flutuam sobre a realidade imediata.
Ao realizar a leitura de um texto virtual podemos evidenciar o que foi dito por Xavier, pois contrariamente à leitura que se faz de um texto impresso tradicional – que nos exige fazer uso de nossos conhecimentos enciclopédicos ou recorrer a um dicionário e trilhar pelo percurso da linearidade – o hipertexto nos possibilita fazer um percurso diferente: recorrer a bibliotecas virtuais e fazer escolhas acerca da seqüência que desejamos nos orientar ou seguir para fazer uma leitura sem obediência àquela linearidade imposta no texto impresso tradicional.
Através da leitura de um hipertexto podemos dialogar com textos relativos ao tema abordado e nos transportará – professor e alunos – a um aprofundamento desse tema através de links, que como assegura minha colega Belina Fabi, “funcionam como atalhos para novas informações a respeito de termos que constam dentro do próprio texto”.
REFERÊRENCIAS
MARCUSCHI, L. A. & XAVIER, A. C. S. (orgs). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido. 2ªed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
XAVIER, A. C. S. Leitura, texto e hipertexto. In: MARCUSCHI, L. A. & XAVIER, A. C. S. (orgs). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido. 2ªed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
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